A utilização de muxarabis na fachada foi a solução arquitetônica encontrada pelo arquiteto Sidney Quintela (@sidneyquintela) para controlar a incidência solar desta casa de 430 m² em Feira de Santana (BA), permitindo um clima agradável no interior da residência e aproveitando ao máximo a iluminação e a ventilação natural. Com um programa distribuído em dois pavimentos, uma das premissas do projeto foi concentrar os ambientes sociais e de convívio no pavimento térreo, permitindo que tivessem integração total entre eles e também com a área externa. O pavimento superior foi o local escolhido para os ambientes íntimos da família, que incluem quatro suítes e uma sala de TV com mezanino. A madeira ipê foi escolhida como o principal material de destaque, sendo utilizada em diferentes formatos ao longo da residência: muxarabi nas esquadrias, ripas no forro, lambri no deck e até mesmo lisa nos painéis recolhíveis de fechamento da cozinha. Em contraste com a madeira, a base neutra traz texturas de pedra e em cimento queimado, resultando em uma edificação de linguagem contemporânea e urbana. O projeto luminotécnico foi pensado para proporcionar uma luz mais dramática, utilizando luminárias com luz quente e mais focadas. Já nas áreas de trabalho e maior utilização, como cozinha, área de serviço e sanitários, a iluminação é mais homogênea e intensa. Fotos: Gabriela Daltro #revistaaec #arquitetura #architecture

Feito para um casal na faixa dos 40 anos, sem filhos, este apartamento de 65 m², no Flamengo (RJ), tem projeto assinado pelo arquiteto Fabiano Ravaglia (do escritório @fprstudio). O projeto de interiores foi pensado para atender ao desejo dos clientes de levar uma vida mais leve, prática, desapegada e conectada com a natureza. Para isso, o arquiteto lançou mão de materiais naturais, formas curvas e orgânicas e tonalidades suaves, mantendo a vista da Baía da Guanabara como o grande protagonista do novo lar. A paleta de cores do décor buscou, acima de tudo, neutralidade. Por isso, as paredes foram pintadas num tom de bege claro (cor Areia do Saara, da Coral), que combinou perfeitamente com o padrão de madeira clara Cross Riviera, da Duratex, presente em algumas marcenarias. Sobre o piso originalmente de porcelanato, foi aplicado um laminado de madeira, tanto da sala como dos quartos. Já a marcenaria ripada do hall de entrada se estende até a área do jantar e ganhou acabamento em laca branca, além de um nicho em travertino romano levigado. Um dos destaques do projeto é, sem dúvida, o hall de entrada. Para o pequeno corredor com pouca luz natural, o arquiteto criou uma composição de oito luminárias brancas de formato esférico, em diferentes tamanhos, que parecem subir a parede e invadir o teto. No quarto do casal rouba a cena o painel de parede Mata Atlântica Verde (da Branco Casa), com folhagens em tom de verde suave, em total sintonia com cortina de linho com degradê na mesma cor. Fotos: Denilson Machado, do MCA Estudio #revistaaec #arquitetura #architecture

O empresário do ramo de saúde já morava com os filhos adolescentes e o cachorro neste apartamento de 110 m², na Barra da Tijuca (RJ), quando decidiu encomendar aos arquitetos Cadé Marino, Michelle Wilkinson e Thiago Morsch, do escritório Up3 Arquitetura (@up3arquitetura), um projeto de reforma geral. Como o proprietário gosta de tons escuros na decoração, o preto foi usado, sem cerimônia, nos armários, bancadas e backsplash da cozinha, na estante metálica próxima à janela da sala, no tampo da mesa de jantar, nas luminárias, no painel ripado que reveste as paredes do quarto principal e na bancada do banheiro. Para evitar que os espaços ficassem visualmente pesados, os arquitetos usaram porcelanato amadeirado no piso de todo o apartamento, cortinhas de linho branco, painéis de madeira clara tanto no pórtico que separa a cozinha da sala como na parede da TV e revestiram algumas paredes da sala em tom de cinza claro – com textura de cimento atrás da mesa de jantar e réguas de concreto atrás do sofá. “Demolimos uma parte da parede da cozinha e removemos as esquadrias que delimitavam a antiga varanda, passando a adotar o mesmo piso em todos esses espaços para reforçar a ideia de integração e unidade visual”, diz Cadé. Os móveis foram escolhidos pensando na fluidez e na circulação dos espaços, a exemplo do canto alemão transformado em sala de jantar, com mesa desenhada pelo escritório, com tampo triangular de quinas arredondadas que permitem acomodar até oito pessoas. Sob a TV da sala, o aparador suspenso de alvenaria (revestido de porcelanato) também pode ser usado como rack ou banco, aumentando, assim, o número de assentos da área social em dias de casa cheia. Fotos: Denilson Machado #revistaaec #arquitetura #architecture

O escritório Nildo José Arquitetura (@nildojose_arquitetura) assina a reforma completa deste apartamento de 450 m² localizado no bairro do Panamby (SP). Os moradores - um casal jovem com filhos - gostam de ficar em casa com a família, brincar com as crianças e receber os amigos. Também são amantes de um bom vinho. "Eles pediram um projeto contemporâneo e atemporal, mas ao mesmo tempo, com uma seleção de revestimentos que trouxesse sensação de aconchego e acolhimento", conta o escritório. Apesar do piso de madeira da área íntima ter sido preservado, o resto foi todo modificado: painéis e forro de madeira aparecem em toda a área social - mas a diferença fica no formato triangular do ripado. A sala recebeu uma adega integrada por uma porta de vidro ao lado da lareira. E pontos de paisagismo na varanda dão o toque verde ao projeto. “Com uma incrível vista para o Parque Burlemarx e o Parque Pinheiros, fizemos um projeto que seja bacana para receber, mas que pudesse ser aproveitado por toda a família, utilizando pontos importantes de São Paulo como fundo”, conta o escritório. Para não tirar o protagonismo da vista, a paleta de cores traz tons monocromáticos e quentes por toda a área social integrada. As mesmas cores aparecem na obra da artista Mai Britte Wolthers. posicionada no living. No mobiliário, destaque para as poltronas assinadas por Oscar Niemeyer e para a marcenaria de freijó natural escurecido. Fotos: Fran Parente #revistaaec #arquitetura #architecture

Um apartamento com uma pegada mais moderna e industrial, mas sem deixar de ser cozy. Assim é o projeto da arquiteta Ana Cano (@anacanoarquiteta) para um casal que sonhava em se mudar para um apartamento maior. E foram muitas buscas ao lado da arquiteta até encontrarem esse precioso imóvel no bairro de Icaraí, em Niterói (RJ). Para alegria dos amantes de praia e esporte, os 200 m² ficavam a apenas duas quadras do mar e a uma do campo de São Bento. Ao começar a demolição, o foco da arquiteta foi achar o melhor pé direito - já que, anteriormente, a sala tinha três níveis. Para dar respiro ao espaço, buscou trazer mais amplitude e claridade. O home ganhou uma divisória de esquadria de alumínio preta, com vidro canelado, e um móvel bem industrial com tampo de madeira, tijolinho de barro na parede, sofá jeans e pufe de palha e couro. Com paredes revestidas com cerâmica metro white, a cozinha tem portas laqueadas de azul que se alternam com outras de vidro canelado e friso preto. Uma ilha central com cooktop e banquetas rosadas serve também de apoio à mesa de jantar com tampo de mármore e cadeiras de madeira clara, estofadas em couro. O azul dá o tom à suíte do casal, com papel de parede floral e cabeceira estofada em ton sur ton. Com uma pegada bem moderna, o quarto do filho tem shapes de skates na parede, mesa de cabeceira amarela que lembra um contêiner, parede de cimento queimado, bancada de estudo e cama de solteiro estofada com lona estonada cinza. Fotos: Gustavo Bresciane #revistaaec #arquitetura #architecture

O escritório BZP Arquitetura (@bzparquitetura), comandado por Bia Prado, assina esta casa de campo localizada no Condomínio Quinta da Baroneza, em Bragança Paulista (SP). O imóvel de dois andares foi feito para um casal com duas filhas pequenas - os profissionais acompanham o cliente desde antes de ele ser casado, o que facilitou o processo de entender e traduzir os desejos e necessidades da família. O projeto foi pensado para acomodar a vida agitada de uma família em constante movimento. A casa é também frequentemente visitada por amigos, tornando-a um centro de encontros e celebrações. A ideia central por trás do projeto era criar um lar prático, bonito e descomplicado. O andar térreo inclui um lavabo, cozinha, living principal, sala de TV, uma suíte, além de uma espaçosa varanda, piscina e área gourmet. Já o andar superior oferece cinco suítes, uma sala íntima e um escritório - esse último, uma resposta às demandas da pandemia, criando um espaço de trabalho em meio à beleza da casa de campo. A madeira desempenha um papel fundamental neste projeto, destacando-se no forro, no piso do andar superior e nos brises de alumínio que lembram um ripado de madeira. Além disso, a decoração foi concebida para atender aos gostos do casal, que aprecia obras de arte. A casa conta com peças marcantes, como a poltrona Jangada de Jean Gillon no living e as poltronas sênior de Jorge Zalszupin na sala de jantar, além de uma coleção de obras de arte que enriquecem os ambientes. Fotos: Thiago Travesso #revistaaec #arquitetura #architecture

É impossível não notar a cor assim que se entra nesta cobertura de 192 m² em Barcelona (Espanha): com um layout irregular, o projeto de Egue y Seta (@egueyseta) utiliza tons diferentes para setorizar os interiores e trazer vida ao imóvel. Materiais diversos como espelhos, grafismos e texturas também auxiliam nas divisões, criando personalidade. O grande destaque é área externa de 77 m² que funciona como um solário: banco, mesa e muitas plantas criam um verdadeiro living nas alturas. Um banco personalizado se destaca em uma das laterais para gerar uma ampla área de jantar. Na paleta de cores, os tons terrosos, azul celeste e preto se distribuem pelos ambientes criando contrastes (quentes e frios) e servem como fio condutor em toda a casa. Destaque para grande pintura preta retroiluminada localizada logo na entrada. A sala de estar mescla paredes azuis e cinzas e possui uma chaise-longue. Na parede lateral do sofá, algumas ripas de madeira sobre um espelho dão relevo e luz à parede. A escada que dá acesso ao solário fica na sala e jantar e ganhou floreiras na parte inferior. A marcenaria preta da TV abriga objetos em nichos iluminados. No painel está camuflada a porta de acesso à área íntima. Fotos: Vicugo #revistaaec #arquitetura #architecture

Chamado de Casa TRAMA, este projeto assinado por Leogigioli Arquitetos (@leogigioli.arquitetos) em Lençóis Paulista (SP) se forma em dois sentidos: o literal, no qual a arquitetura se conecta em dois eixos perpendiculares; e o figurado, ao permitir estabelecer novas conexões por meio de um grande espaço social. A trama se apresenta no projeto ao unir a arquitetura e a materialidade que, juntas, reforçam o conceito do encontro entre dois eixos. O ponto de partida do projeto foi o desenvolvimento de uma residência contemporânea, na qual a arte urbana e a estética jovem se unem à sofisticação. Para isso, foram utilizadas materialidades atemporais: concreto, madeira e pedras naturais. A casa foi pensada para grandes encontros e conexões, pensando em acomodar múltiplos convidados. Na área externa reduzida, a piscina foi elevada em 45 cm teve a borda alargada, permitindo seu uso como um grande banco. A cozinha, o gourmet e a área de serviço foram integradas, a fim de se construir um espaço amplo e funcional. Todos os ambientes possuem acesso à área externa, criando uma integração visual direta com a piscina e possibilitando diferentes passeios para acessos. O perímetro da casa foi construído em alvenaria, com drywall na divisão dos dormitórios e estrutura metálica na cobertura. Fotos: Daniel Santo #revistaaec #arquitetura #architecture

A reforma desse apartamento garden de 173 m² buscou resolver duas questões importantes para os moradores: ampliar a sala de estar e mudar o layout do terraço, resolvendo um problema de infiltração. O pedido para os escritórios Ocanhas Arquitetura (@ocanhas.arquitetura) e Sandra Steuer Arquitetura (@ sandrasteuer.arq) era por espaços onde pudessem receber confortavelmente muitos amigos para jantares e festas. A parte externa do imóvel possui uma laje de cerca de 85 m² que, depois de resolvido os problemas estruturais, ganhou uma varanda com churrasqueira, numa extensão do living. Os caixilhos que separavam a sala da varanda foram removidos, o piso foi nivelado e a nova área recebeu o mesmo piso de madeira em réguas de perobinha. Como o grande desejo do casal era ter uma lareira a lenha em sua nova sala, a infraestrutura do duto existente da churrasqueira e do forno a lenha foi reaproveitada para a nova lareira. "Optamos em fazer uma lareira suspensa para dar mais leveza ao projeto. O local da sala de TV foi mantido, porém sua porta que dava para a varanda recebeu brises de madeira com ripas inclinadas e fixas no piso e teto. A estrutura permite a entrada de luz natural da grande abertura que está atrás e mantém a integração visual dos ambientes. No hall de entrada, uma das paredes ganhou uma arte exclusiva feita no local: um desenho com canetões do artista e grafiteiro Rui Amaral. A porta da entrada foi substituida por um modelo pivotante de laca com puxador redondo de madeira, feito sob medida. Fotos: Nathalie Artaxo #revistaaec #arquitetura #architecture

O projeto desta casa de 205 m² já começou bem: durante a sua fase de criação os clientes aprovaram praticamente a casa inteira já no primeiro estudo. “Uma coisa engraçada é que o esposo não queria reformar a escada e a moradora queria muito. Eu também concordava em mudar, pois era uma escada com material escuro e estava em uma localização imponente dentro do ambiente. Fizemos o projeto e ele amou, amou mais ainda quando viu a escada pronta”, explica a arquiteta Carolina Dallagrana (@carolinadallagrana), que responsável pela residência. A escada em questão foi toda revestida com porcelanato branco com veios suaves e hoje é praticamente uma escultura dentro da sala. Quando a casa foi adquirida, ela estava sem nenhum móvel na sua parte interna e faltava identidade. A principal queixa dos clientes era o piso cinza da área social, mas que eles não estavam dispostos a trocar. Para evitar o quebra-quebra, a profissional escolheu móveis de cores claras, para contrastar com o piso mais escuro, e em tapetes claros de grandes formatos, para esconder o máximo possível o piso existente. Na cozinha o pedido era por um grill, além do cooktop. Para conseguir suprir esta necessidade, a ilha comporta os eletrodomésticos e uma grande coifa feita sob medida - o aparelho foi escondido num móvel aéreo para não se tornar um elemento de foco. A parte externa recebeu uma grande transformação: como anteriormente o espaço era todo aberto, o escritório fez uma ampliação com cobertura de vidro para a área gourmet, onde foram mesclados materiais que foram utilizados na parte interna com materiais mais escuros para dar uma quebrada no clássico e trazer um pouco do aconchego. No home office foi criada uma bancada móvel que pode ser utilizada como bancada de trabalho e que também pode ser recolhida toda para dentro do armário: quando o espaço está livre, o ambiente fica livre para a prática de ioga. Fotos: Nenad Radovanovic #revistaaec #arquitetura #architecture

Os clientes já moravam neste apartamento há 20 anos, sem nunca terem feito nenhuma reforma. Quando contataram o Estúdio Taco (@estudio.taco), comandado por Fabíola Paredes, a ideia era apenas trocar revestimentos e acabamentos, sem grandes intervenções. Mas, durante o processo de projeto, os arquitetos apresentaram uma proposta de integração entre cozinha e sala de jantar que ganhou o coração da cliente. A reforma passou então de uma simples troca de acabamentos e infraestrutura elétrica e hidráulica para um projeto novo e com espaços diferentes, dando lugar para uma cozinha contemporânea e funcional. Apesar dos equipamentos modernos, o estilo é provençal, com móveis de portas emolduradas e puxadores sobressaltados. A cor aparece nos armários inferiores e nos detalhes de madeira. Para modernizar o projeto, vidro canelado e uma parede ripada completam o décor. Fotos: Julia Novoa #revistaaec #arquitetura #architecture

Planejada para um casal de jovens médicos, esta casa de 220 m² foi implantada em um lote longilíneo, estreito e com vizinhos próximos, no bairro do Alto da Lapa, em São Paulo. O projeto assinado pelo escritório Eixo Arquitetos (@eixozarquitetos) buscou desenhar espaços internos amplos, permeáveis e integrados, propondo uma abordagem contemporânea sobre o morar urbano. Os pilares da casa foram deslocados para os limites laterais do terreno, permitindo assim, uma planta bastante livre que ocupa toda a largura do lote. Em colaboração com um engenheiro calculista, vigas, instalações hidráulicas e demais elementos de infraestrutura também foram deslocados para as alvenarias periféricas, preservando a pureza visual da laje de concreto aparente. O centro da residência é marcado por um átrio, que atravessa todos os pavimentos e configura um jardim interno no térreo que, combinado com as grandes aberturas piso-teto nas fachadas frontal e posterior da casa, garantem uma boa entrada de luz e ventilação natural. Na fachada frontal, voltada para a rua, a parede de tijolos maciços funciona como uma espécie de brise, alternando cheios e vazios por meio da sua paginação. A circulação vertical, entre os pavimentos da casa, acontece por meio de uma escada metálica com pisadas em madeira: seu desenho conciso e esbelto, a torna leve visualmente e permeável à passagem de luz. O projeto buscou trabalhar, principalmente, com materiais aparentes e valorizar seu aspecto natural, minimizando o emprego de revestimentos. Além das lajes de concreto aparente, o tijolo maciço se tornou um importante elemento de identidade do projeto, contribuindo para tornar os ambientes mais acolhedores, através de sua tonalidade e textura. Nessa direção, o emprego da madeira, tanto no piso dos ambientes íntimos, como no desenho das marcenarias e na escolha do mobiliário também contribuíram para potencializar a sensação de conforto. Fotos: Miti Sameshima #revistaaec #arquitetura #architecture